O SEBRAE realizou publicou no mês de junho os resultados de uma pesquisa quantitativa que teve o objetivo de identificar as principais características do microempreendedor individual atual. Foram realizadas mais de 10 mil entrevistas por telefone com pessoas de todas as regiões do Brasil.

Destacamos aqui quais são os principais pontos para nós e disponibilizamos o arquivo com o relatório completo da pesquisa.

1. Hoje o programa do MEI conta com 8.4 milhões de inscrições (junho/2019) e destes, 72% estão em atividade, atuando como empreendedores (em 2015 essa taxa era de 88%).

2. A ‘busca pela independência’ e a ‘necessidade de uma fonte de renda’ foram os dois principais motivos que levaram os entrevistados a se tornarem empreendedores (65% escolheram umas dessas opções). 

3. 76% dos MEI têm na atividade empresarial como MEI sua única fonte de renda e 28% dos MEI têm na sua atividade a única fonte de renda de toda a família.

4. 33% estavam na informalidade antes de virarem MEI (21% como empreendedores, 12% como empregado). O perfil mais presente é o do(a) empregado(a) com carteira, seguido do(a) empreendedor(a) informal (sem CNPJ). Entre os que eram informais, em média, o tempo de trabalho informal desses empreendedores correspondeu a 10 anos.

5. Quanto às motivações para se registrar como MEI, os entrevistados citam a ‘possibilidade de ter uma empresa formal’ (24%) e os benefícios do INSS (25%) como principais motivos.

6. 40% dos entrevistados têm a própria residência como o local de trabalho. Esse percentual vem decrescendo desde de 2015, quando era de 52%, o que indica, aparentemente, um processo gradativo de profissionalização. Os resultados também sugerem que há maior profissionalização nos municípios mais carentes.

7. Quanto a necessidade de capacitação dos empreendedores, elas são múltiplas e variadas, com destaque para os ‘controles financeiros’ (54%) e ‘orientação para crédito/investimento’ (50%), respostas citadas por mais da metade dos entrevistados. Respostas relacionadas à marketing e comunicação também aparecem em destaque. Apenas 1 em cada 23 afirma não ter interesse por cursos/capacitação. Sobre o formato, ainda há preferência pelas capacitações presenciais, porém também observa-se um aumento do interesse por cursos online e híbridos. 

8. 71% dos entrevistados declaram que a formalização como MEI foi uma importante ajuda para um incremento das vendas nas empresas (taxa inferior a 2017). A formalização foi percebida também como benéfica com relação às condições de compra dos fornecedores para 72% (8% buscaram e conseguiram empréstimo e 8% buscaram e não conseguiram empréstimo).

9. A respeito dos que encerraram suas atividades, as principais razões expostas são: ‘não gerava dinheiro’; e ‘obtenção de um emprego’. Esta segunda sugere talvez a característica do perfil ser pouco empreendedor ou de apenas ter se aventurado por necessidade.