Inclusão Empreendedora nas Cidades: Educação Empreendedora
A série de webinários promovido pelo Empreender 360 e Bank Of America, em parceria com a Firgun e Integração, debateu a inclusão empreendedora nas cidades. Nesta edição inédita de webinários, estamos falando sobre os pontos de alavancagem para o desenvolvimento de empreendedores de baixa renda, que estão colocados na nossa Carta Compromisso. Esta foi criada com representantes do governo, empresas e sociedade civil, e estabelece diretrizes para a criação de soluções, fomentando o empreendedorismo e economia local, com um olhar especial para as eleições 2020. Nesta série, juntos com vários especialistas e empreendedores do ecossistema, criamos uma oportunidade para esclarecermos as necessidades e apresentar ideias de desenvolvimento social e econômico.
Neste quarto webinário, o tema foi o pilar de “Educação Empreendedora”: como podemos ensinar as pessoas a empreender?. Sara Santos (Integração), Manú Oliveira (Social Brasilis), Caetano Scannavino (Saúde e Alegria) e Jacson Machado (UFRB) discutem sobre a capacitação em gestão e técnicas para quem tem um pequeno negócio e a difusão do empreendedorismo no sistema educacional.
O painel foi permeado pelo tema do desenvolvimento local através da educação empreendedora, que permite que os jovens não tenham que deixar suas comunidades em busca de melhores condições de vida.
Caetano, empreendedor social e coordenador da ONG Saúde e Alegria, que atua no oeste do Pará. Falando diretamente de Alter do Chão-PA, conta que foi para a região por tempo determinado para ajudar o irmão médico a estabelecer o projeto e ficou: reside há 32 anos na região. O trabalho da ONG é realizado nas áreas rurais dos afluentes do rio Tapajós, com comunidades ribeirinhas, visando um desenvolvimento integrado com ações de saúde e educação, geração de renda, ordenamento territorial, comunicação, com públicos diversos como jovens e mulheres. O Alegria no nome é porque o projeto também é um circo que se locomove por barco, mobilizando as comunidades com arteducação.
Em relação ao empreendedorismo social, eles formam monitores mirins entre 6 e 12 anos até a juventude, estimulando-os a pensarem em como promover melhorias em suas comunidades e se tornarem lideranças locais. Desenvolve também ações de formação de empreendedorismo econômico e em negócios sociais, com fortalecimento de cadeias produtivas e empreendedorismo feminino. Após os cursos de formação são realizados pitchs no Hub Mocorongo, com 15 projetos atualmente, sem deixar de lado as oportunidades tecnológicas.
Para Caetano, o empreendedorismo evita o êxodo para as cidades em busca de condições mínimas, permitindo que os jovens permaneçam em suas comunidades, fortalecendo o desenvolvimento local. Sara Santos, mediadora do Integração, destaca a importância desta capacitação para os jovens que precisam empreender por necessidade e como o êxodo rural é uma realidade no país todo, podendo todos os candidatos nesta eleição se inspirarem com o trabalho do de empreendedorismo com uso de tecnologia do Hub.
Jacson Nunes Machado é diretor do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (CETENS - UFRB) e coordenador do grupo Estímulo ao Empreendedorismo para o Desenvolvimento Sustentável. A UFRB está em 7 cidades com 60 cursos de graduação e destaca que é uma universidade pública, gratuita e inclusiva, que em seus 15 anos de existência busca se aproximar da população local, incluindo comunidades indígenas e quilombolas. O CETENS se localiza em Feira de Santana, um polo de comércio e indústria. O professor ressalta a importância deste modelo descentralizado no enfrentamento ao êxodo para as grandes capitais. Ali, se constrói uma rede de educação empreendedora com instituições públicas e privadas e ONGS, criando um ecossistema empreendedor.
Para Jacson, a construção deste tipo de rede é fundamental para engajar lideranças políticas do Executivo e do Legislativo para que sejam facilitadores da agenda empreendedora no município, disponibilizando espaço físico, criando políticas. A universidade realiza diversos tipos de convênios para efetivar esses projetos de cooperação e extensão. Por fim, outro aspecto inovador é a sustentabilidade que entra, por exemplo, no fomento ao uso da energia solar para agricultores, revolucionando a área rural.
Manu Oliveira é educadora e fundadora do Social Brasilis. Sua história de vida se conecta ao tema do painel por ter nascido no Sertão do Ceará e, segundo ela, ter recebido apoio de pessoas e projetos como os de Caetano e Jacson voltados ao empreendedorismo. Desde os 9 anos trabalha com projetos sociais, aos 15 recebeu apoio da Ashoka, organização pioneira em empreendedorismo social. Com esta base, decide se licenciar em Educação.
Inspirada em seu primeiro projeto, Manu cria o Social Brasilis adicionando um elemento novo: o uso da tecnologia que para ela, é um divisor de água entre a exclusão socioeconômica e a inclusão produtiva. Ela percebia que seus alunos letrados e não letrados estavam habituados a utilizar o aparelho celular mas que não eram ensinados a utilizar os aplicativos de forma positiva, para alavancar seus projetos. Para Manu, a educação empreendedora é uma forma de desenvolver habilidades e competências para que elas possam ser mais resilientes, gerar renda e desenvolver sua comunidade e território, como foi falado ao longo do painel.
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Vinicius Riechi Pereira
Bacharel em Administração (UFPR), com formação em Gerenciamento de Projetos de Desenvolvimento (PMD Pro), Vinícius é assistente de projetos, excelência e impacto na Aliança Empreendedora desde 2017.
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