Fórum Brasileiro de Microempreendedorismo aconteceu nos dias 17 e 18 de maio, promovido pela Aliança Empreendedora, e contou com organizações e entidades do ecossistema empreendedor como CUFA, IPEA, SEBRAE, Fundo Nordeste Solidário e os Ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços

Dos 94 milhões de trabalhadores no Brasil, 44 milhões são informais e, destes, 25 milhões são microempreendedores informais, ou seja, 26% da população que trabalha está na invisibilidade e com pouco acesso a políticas públicas adequadas para seu desenvolvimento. Nos dias 17 e 18 de maio aconteceu em Brasília a quinta edição do Fórum Brasileiro de Microempreendedorismo, com o objetivo de reunir líderes de institutos, fundações, empresas e organizações sociais, autoridades do Governo Federal e gestores de Governos Estaduais e Municipais, e micro e pequenos empreendedores, para discutir como alavancar o empreendedorismo de base, com especial atenção aos que se encontram em situação de vulnerabilidade.

O evento, que é uma iniciativa do Programa Empreender 360, da Aliança Empreendedora, contou com o patrocínio do Bank of America, Meta, Instituto Assaí, Fundação Arymax, Sebrae, e apoio da CAIXA. Estiveram presentes cerca de 300 participantes, entre representantes de empresas, institutos e fundações empresariais, autoridades e representantes do Governo Federal, Estadual e Municipal, lideranças de organizações de apoio ao microempreendedor Brasileiro, e microempreendedores. 

Para Lina Useche, cofundadora da Aliança Empreendedora, é fundamental fortalecer o ecossistema microempreendedor para tirar as pessoas da informalidade e da pobreza monetária. “Nosso último estudo mostrou que um programa de apoio adequado acompanhado de uma formalização responsável pode contribuir diretamente com o crescimento do PIB, e eventos como esse possibilitam a discussão do cenário atual e elaboração de propostas. Juntos temos mais força para mudar a realidade dos microempreendedores, que são hoje boa parte da população ocupada e contribuem ativamente para a inclusão social, e para o desenvolvimento econômico do Brasil”, afirma.  

Ao longo do primeiro dia, na parte da manhã, aconteceu um café de boas-vindas seguida de abertura com autoridades, apresentação de cases de sucesso e três painéis: “Realidade dos empreendedores de base comunitária e favelas pelo Brasil”, “Inovação na Assistência Social no tema de Inclusão Produtiva” e “A importância do microcrédito na jornada do empreendedor”.   Assista:

 

Encontros estratégicos

No período da tarde do dia 17 e da manhã do dia 18, ocorreram cinco encontros estratégicos que envolveram diferentes delegações. Veja fotos aqui. Os encontros foram organizados da seguinte forma:

1) Soluções de Microcrédito – Revitalização de Parceria para Crédito de Repasse, cujo anfitrião a Caixa Econômica Federal

2) Programa “Aprender e Empreender” – Caminhos para o empreendedorismo na Assistência Social, organizado junto à  Diretoria de Apoio ao Empreendedorismo da Secretaria de Inclusão Socioeconômica (MDS)

3) Diálogos sobre microempreendedorismo justo e sustentável na moda e artesanato, realizado com a a Diretoria de Artesanato e MEI da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (MDIC)

4) Diretrizes sobre o Empreendedorismo Feminino para o Plano Nacional, à frente ao lado do Impact Hub Brasília

5) Estratégias para a Plano de Inclusão Produtiva para a juventude – Pilar empreendedorismo, tendo o CONJUVE (Conselho Nacional da Juventude) e a Secretaria Nacional da Juventude como anfitriãos.

Câmara dos Deputados

Como encerramento, aconteceu, ainda, o Encontro do Empreendedorismo de Base e pelo Empreendedor Informal, realizado no Plenário II da Câmara dos Deputados. O encontro foi promovido pela Frente Parlamentar da Mulher Empreendedora, para discutir a realidade da empreendedora brasileira e como contribuir para o acesso aos direitos básicos e a capacitação.

Impactos no PIB

Um recente estudo de projeção econômica do Empreender 360 – programa da Aliança Empreendedora em parceria com o Bank of America e Fundação Arymax focado em pesquisa e advocacy – constatou que mais formalização, capacitação e fortalecimento do ecossistema microempreendedor até 2026 podem gerar um aumento no crescimento do PIB per Capita. 

Seguindo a trajetória recente de crescimento, os ocupados por Conta Própria com CNPJ passarão de 25% do total para 45% até 2026. Tendo essa estimativa, o estudo do “Todos Podem Empreender” traçou uma projeção de aumento da formalidade para 55%. Segundo a hipótese, baseada no conhecimento empírico da Aliança Empreendedora e mais 50 organizações consultadas, essa formalização precisa vir acompanhada de políticas adequadas de educação empreendedora e apoio aos microempreendedores informais.  

Tendo esta projeção como base, o crescimento do PIB per Capita passaria de 6,1% (cenário base traçado pelo FMI) para 14,2%, resultando num incremento de 7,6%. Segundo o levantamento, essas políticas gerariam adição de R$ 700 bi ao PIB, uma vez que estima-se que a formalização de 1 p.p. leva a um crescimento de 0,74% do PIB per Capita.  

Também constatou-se que se a formalização chegar a 55%, o percentual da população abaixo da linha da pobreza, passaria de 26,2% para 23,4%, tirando mais de 7,4 milhões de brasileiros da pobreza monetária.  

Segundo Useche, o empreendedorismo se apresenta como uma ferramenta poderosa de inclusão e diminuição da pobreza, mas não a única. Também são necessárias políticas sociais, educação e incentivo ao microempreendedor informal, para que exista uma rede de apoio multisetorial combinada para o combate à pobreza.