Inclusão digital, acesso regular à internet e pensar ações híbridas presenciais e virtuais são alguns dos desafios. Mulheres apontam sobrecarga de trabalho.

A Aliança Empreendedora realizou, em fevereiro, o 1º Encontro de Aliadas e Parceiros com a presença de 20 pessoas de diferentes organizações do ecossistema empreendedor nacional. O principal objetivo foi ouvir e dialogar sobre os desafios enfrentados e apontar ações que podem ser desenvolvidas de forma conjunta pelo grupo. 

Durante a pandemia de Covid-19, que ainda mostra suas consequências no Brasil e o mundo, todos precisaram adequar as suas vidas, rotinas e as formas como fazem os seus trabalhos. Para as entidades que apoiam os empreendedores, problemáticas antigas se aprofundaram, como o acesso ao microcrédito. A alta inadimplência, seja de pessoa física ou jurídica, tem dificultado a busca por empréstimos.

Para além de desafios rotineiros, Sara Cristina, da organização Integração Escritório de Inovação e Gestão em Projetos, de Feira de Santana (BA), traz algo curioso. “A enxurrada de informações e de cursos gratuitos acontecendo ao mesmo tempo. O que fazer? Como direcionar a quem precisa?”, questiona. A inclusão digital e o acesso à internet também são empecilhos no momento de acolher os pequenos negócios. Veja mais algumas questões apresentadas no encontro:

– Adaptar as formações e projetos, antes realizados de forma presencial, para o ambiente virtual;

– A dificuldade de trabalhar com ferramentas digitais por parte do público atendido, além do próprio acesso à internet, seja nos centros urbanos ou na zona rural;

– Nos períodos de maior restrição da pandemia, as mães empreendedoras precisaram lidar com os desafios de estarem em eventos online, seus trabalho e o cuidado com os filhos, uma vez que creches e escolas estavam fechadas;

– A necessidade do ecossistema chegar a mais empreendedores, uma alternativa seria via poder público, via secretarias de assistência social, que possui mais capilaridade.

Atuação em conjunto

Diante de tantas pedras no caminho, uma questão debatida pelo grupo foi: o que é possível fazer conjuntamente? Para Sara, os momentos de encontro, mesmo que online, contribuem para a troca de experiências e soluções, uma vez que a Aliança Empreendedora envolve organizações em todas as regiões do país. “Fazemos muitos materiais para os microempreendedores, mas seria importante trabalharmos, por exemplo, como trilhas de aprendizagem para as instituições.”

Segundo Sara, é importante entender que a educação digital ainda não é realidade para todas as pessoas. Por isso, na visão dela, é necessário pensar em projetos de formação que contribuam para a mudança dessa realidade. Confira mais considerações dos participantes do evento sobre como podem desenvolver ações em parceria:

– Unir mais de uma organização no desenvolvimento e implementação de projetos;

– Maior cuidado com a saúde mental de funcionários e empreendedores e a criação de espaços de escuta e diálogo com os colaboradores;

– Mais investimento em educação empreendedora por meio de parcerias com o ecossistema.

Por fim, algumas pessoas, durante o encontro, declararam o quanto é necessário somarem força: “Não somos concorrentes e sim parceiros.”