As eleições de 2022 ficarão marcadas na história como um dos períodos mais turbulentos para se pautar políticas públicas no Brasil. Mesmo neste contexto, a campanha Todos Podem Empreender, lançada em julho pela Aliança Empreendedora,  por meio do programa Empreender 360, conseguiu se destacar como alternativa para construir pontes e pautar diálogos com todos que estejam abertos a alavancar o ecossistema microempreendedor brasileiro.

Criada inicialmente para elucidar todos os candidatos à presidência no último pleito eleitoral, Todos Podem Empreender nasceu após uma série de estudos, pesquisas, workshops e eventos presenciais e virtuais realizados com dezenas de parceiros. O resultado foi a publicação de 7 propostas que buscam  um caminho de crescimento e proteção social para os milhares de microempreendedores e microempreendedoras informais que vivem no Brasil. Acesse aqui.

Junto com as propostas, a equipe da campanha se debruçou sob o cenário atual, coletando dados e gerando projeções econômicas inéditas sobre o tema. O material completo mostra que se a formalização chegar a 55%, o percentual da população abaixo da linha da pobreza, passaria de 26,2% para 23,4%, tirando mais de 7,4 milhões de brasileiros da pobreza monetária. No entanto, apenas a formalização, sem apoio e estrutura, não garante desenvolvimento. 

Mas se a ideia inicial era dar luz às propostas aos presidenciáveis, ao longo das eleições, o forte engajamento do ecossistema microempreendedor com a campanha e a compreensão da importância do empreendedorismo como ferramenta de inclusão econômica e social tornou esse objetivo bem maior, projetando as propostas para além do período eleitoral. Para se ter uma ideia, foram realizadas mais de 50 agendas, entre workshops de construção de propostas, reuniões presenciais e virtuais, além de participação em eventos como o Lançamento do estudo “Retrato do Trabalho Informal no Brasil”, “Prêmio Mulher Emprendedora do SEBRAE”, Lançamento Caixa para Elas em Brasília e outros. Em todas essas oportunidades levamos as projeções e as propostas como base para novas parcerias e ações. 

Dessa forma, as propostas ganharam mais força. O Movimento Expansão, Data Favela, representantes de Assistência Social de São Paulo e Rio de Janeiro, CONJUVE, se aproximaram e fizeram a diferença para ações mais específicas dentro das três frentes do estudo: identificação e fortalecimento da rede de apoio para informais e microempreendedores, assistência social e inclusão produtiva e, por fim, microcrédito. Além disso, em dezembro apresentamos esses possíveis caminhos para o Fórum Permanente da Micro e Pequena Empresa do Ministério da Cidadania, após meses de colaboração com a construção da Política Nacional de Desenvolvimento da Micro e Pequena Empresa.

Agora, entre os objetivos de 2023 estão continuar a circulação e engajamento desse rico material em nível federal, estadual e municipal. As articulações prosseguem para conseguir inserções em políticas públicas e leis referentes ao informal e MEIs. Um evento no primeiro semestre em Brasília promete levar a pauta com parceiros e empreendedores para o centro das tomadas de decisões. Além disso, os acordos e ações com Prefeituras e Secretarias prosseguem para que o apoio ao microempreendedores continue, enquanto Brasília acontece olhando o longo prazo: mudanças estruturais que impactam idretamente a vida desse público.

 

Quem faz parte da campanha?

A iniciativa é uma co-construção, desde 2021 já foram realizados 4 workshops e cerca de 20 entrevistas com especialistas. Contou com a colaboração de microempreendedores e mais de 50 organizações, instituições de microcrédito e grupos representativos – como Sebrae Nacional, Ministério da Economia e Cidadania, Artemísia, CUFA, Empreende Aí, Firgun, Acreditar, Associação das Baianas do Acarajé de Salvador – que passaram por esses processos.