O ID_BR (Instituto Identidades do Brasil), em parceria com Empodera, EmpregueAfro e Faculdade Zumbi dos Palmares, lançou um relatório sobre a saúde financeira e expectativas das mulheres negras diante da Covid-19. Destacamos aqui alguns pontos que consideramos importantes para o ecossistema empreendedor.

De acordo com o IBGE, mulheres negras compõe 28% da população brasileira e estudos apontam que esse recorte de 60 milhões de pessoas é mais vulnerável ao desemprego. O relatório traz uma pesquisa sobre o agravamento dessa vulnerabilidade durante a crise causada pelo Coranavírus e mapeia ações para a redução desses impactos durante e após a pandemia.

A amostra da pesquisa é formada em sua maioria por mulheres negras empreendedoras (72%), atuantes nos setores de moda, beleza, gastronomia, artes e saúde. Assim como grande parte dos empreendedores brasileiros, aproximadamente 3 em cada 4 destas empreendedoras não têm reserva financeira, o que dificulta a manutenção das despesas fixas durante momentos de baixa demanda por seus produtos e serviços. Os problemas da crise também evidenciam a necessidade de um planejamento estratégico. Apenas uma em cada três declara ter um em seu negócio.

Consequentemente, a principal necessidade declarada por elas é a de “capital de giro”. Menos de 20% declaram ter capital de giro para bancar o funcionamento por dois meses ou mais e 80% têm um custo fixo mensal de até R$ 5 mil. Por outro lado, a pesquisa conclui que o auxílio emergencial de R$ 600 oferecido pelo Governo Federal não é suficiente para garantir a sustentabilidade do empreendimento e a subsistência pessoal dessas empreendedoras, gerando um iminente risco de um colapso econômico. Sabendo disso, muitas instituições de microcrédito, organizações da sociedade civil, organizações públicas e privadas estão trabalhando para oferecer soluções de crédito e gestão.

Estamos mapeando algumas dessas iniciativas aqui no Empreender 360 e você pode conferir todas clicando aqui, inclusive a cartilha de soluções produzida pelo ID_BR. O ecossistema também se faz importante no sentido de que essas mulheres não necessitam apenas de capital, mas de ajuda na prospecção de clientes, suporte tecnológico, mentorias e apoio psicológico. 

Entre os maiores temores das empreendedoras negras nesse momento está “perder meus clientes no meu empreendimento” e “ficar doente e não conseguir trabalhar ou tocar meu empreendimento”. Mais de 70% delas são sozinhas ou tem até 2 funcionários, o que as faz essenciais para o negócio e as coloca em um dilema entre se proteger do vírus e continuar trabalhando para pagar as contas.

Para acessar o relatório completo, é só clicar aqui, e não se esqueça, diga sim à igualdade racial.